quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Por que matar o bebê com a síndrome de Down?




Julio Severo

Nenhum casal quer ganhar um bebê com doença. Mas o que fazer se nasce um bebê doente ou deficiente? Tratá-lo? Jogar fora como um objeto descartável?
Mais do que tratá-lo, a atitude mais humana seria amá-lo. E seria um amor contra-cultural, pois a cultura de hoje, profundamente consumista e hedonista, nos ordena rejeitar tudo o que atrapalha nossa vida de prazeres. Tudo: Filhos, cônjuges, casamento, Deus, etc.
Quase vinte anos atrás, um pastor presbiteriano me contou que um casal membro de sua igreja foi fazer exame pré-natal da esposa grávida. Ao verem que o bebê em gestação tinha a síndrome de Down, o médico prontamente aconselhou um aborto, sob o manto “sagrado” da discrição médica. O casal evangélico aceitou o “conselho” do médico.
O aborto não está legalizado no Brasil. Mas o “jeitinho brasileiro” consegue driblar até a ética médica. Com ou sem lei, dentro da privacidade de seu consultório, o médico pode fazer o que bem entender, pois só Deus o vê.
O casal evangélico saiu do consultório sem o “problema”, e continuou normalmente indo aos cultos e ouvindo as pregações, numa rotina de ouvir e não praticar.
Será que a consciência nunca lhes doeu? Não sei. Algumas mulheres relatam sofrimento e desgraças depois de um aborto, inclusive de um bebê deficiente. Leia o relato de Marie Ideson e de como o aborto de sua filha com síndrome de Down arruinou sua vida e destruiu seu casamento.
O pior não é quando membros de conseguem ocultamente se aproveitar da privacidade do consultório médico para matar seus filhos em gestação. O pior é quando um homem que se diz ensinador das coisas de Deus orienta publicamente o assassinato de bebês com síndrome de Down, concordando com a cultura que ter um bebê assim trará “sofrimento” ao casal. Caio Fábio, que já foi o maior pastor presbiteriano do Brasil, hoje está nessa posição, usando artifícios psiquiátricos a favor da cultura da morte, oferecendo suas soluções para tirar os “problemas” que atrapalham a vida.
Se a cultura da morte manda matar, os apóstatas dizem amém.
Se tivéssemos de descartar pessoas deficientes da nossa vida a fim de preservar nosso conforto, o que seria de um marido, ou esposa, ou filho já nascido anos que sofreu um acidente que exige o sacrifício de nossa vida?
Um pastor da Igreja da Vinha contou-me que, mesmo depois de convertido, ele era orgulhoso e duro. Mas tudo isso mudou quando nasceu seu filho com síndrome de Down, que exigiu dele toda a paciência do mundo. Essa criança lhe ensinou a dar amor, carinho e cuidados o dia inteiro, todos os dias. Como pastor, hoje ele é literalmente um “pastor”: ele cuida das ovelhas de sua igreja com toda a paciência e amor que aprendeu com seu filho deficiente.
Um bebê com síndrome de Down pode trazer bênçãos e transformações inesperadas.
Em resposta ao artigo da mãe inglesa que, seguindo conselho médico, abortou a filha com síndrome de Down, Jânio Clímaco, pastor presbiteriano do Nordeste, fez contato comigo, dizendo:
Oi Júlio, Paz em Jesus.
Tenho frequentemente lido o que você coloca na internet e essa matéria veio como uma bomba no meu coração. Tenho um bebê com Down, como você mesmo pode me ver na foto com ele. Eu sou pastor presbiteriano em Recife, PE. Minha esposa é médica pneumologista. Temos outro filho, Lucas Emanuel, sem a síndrome que tem cinco anos e meio de idade, e João Pedro (carinhosamente chamado de John John) que tem dois anos, ele é portador de SD. Pois bem, descobrimos na gravidez que o nosso bebê nasceria com SD, com mais ou menos dois meses de gestação. Nunca nos passou na cabeça que deveríamos abortar. Recebemos indiretas de alguns amigos médicos, mas todos eles perceberam que isso era uma ofensa para nós.
Foi uma gravidez difícil, minha esposa quase morre e o bebê também, mas fomos até o fim pelo direito de nosso filho ter a vida. Pensávamos o seguinte: Se ele não fosse portador de SD agiríamos de que forma? Ficou fácil depois da clara resposta. Sempre entregamos tudo a Deus e confiamos nEle.
Ele era muito esperado e quando soubemos da SD choramos, lamentamos, mas entregamos a Deus porque Ele teria um plano maravilhoso para nos confiar uma criança como essa.
Hoje ele já tem dois aninhos completos agora em outubro passado e só nos trouxe alegria ao coração de seu pai, mãe e irmão. Ele é lindo (como você pode ver), doce e extremamente carinhoso. Ele é a alegria da casa e de nossa família. Não saberia viver sem ele hoje, confesso, mas ele tem Dono, somo apenas simples mordomos desse tesouro maravilhoso.

Agradeço a Deus por ele existir em minha vida e não o troco por nenhuma criança sem SD neste universo. Tenho aprendido a cada dia a ser um ser humano melhor e a amar mais a Deus que da mesma forma me aceitou e me recebeu do jeito que eu sou. Na verdade, meu John John sempre será melhor do que eu, porque para entrar no céu tem que ser como uma criança. Confesso Júlio, como eu desejo ser assim quando me encontrar com o nosso Senhor Jesus quando as portas da eternidade se abrirem para mim.Aborto: Tragédia ou Direito?



sexta-feira, 27 de maio de 2011

PL 122


Rev. Roberto Brasileiro, Presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana participou do Programa Verdade e Vida, respondendo questões sobre a polêmica Lei da Homofobia, conhecida como PL 122, que traz discussões sérias dentro das Igrejas cristãs reformadas.

No Programa, dirigido pelo Presbítero Daniel Sacramento, Rev. Roberto Brasileiro respondeu a algumas perguntas que refletem a preocupação da comunidade presbiteriana, e esclareceu fatores de importância fundamental na defesa da fé cristã e orientação Bíblica.

Já no início do programa, Rev. Roberto declarou que não há sustentação Bíblica, ou mesmo na história da humanidade, para o casamento homossexual. “Deus quando criou o homem, Ele estabeleceu o homem masculino, a mulher feminina, e determinou que deveriam se unir, se tornar uma só carne e a partir daí a raça humana teria seu desenvolvimento natural. À luz das Escrituras Sagradas, a relação homoafetiva é uma relação pecaminosa, porque ela destrói a própria natureza da pessoa, ela elimina a possibilidade da pessoa exercer a vida dentro do princípio criacional estabelecido por Deus”.

Na questão da PL 122, o Presidente do Supremo Concílio da IPB disse que mesmo respeitando as liberdades de escolha, a Igreja não pode aceitar a institucionalização de um ato pecaminoso. “Se aceitarmos, nós estamos dizendo que é possível vir a abençoar, e isso não é possível. Não podemos aceitar porque contraría o princípio bíblico, um principio criacional e um princípio de formação de família. Então, a igreja ficará sempre diante de uma situação de desobediência completa ao Estado, pois, se o Estado tomar essa decisão, a Igreja dirá ‘nós não podemos acatar uma decisão que determine que haja essa união’, porque nós não podemos abençoar essa união”.

Muitos presbiterianos que acessam os canais de comunicação da IPB têm manifestado sua posição no que diz respeito à PL 122. Para Rev. Roberto Brasileiro, essa atitude deve mesmo permanecer, porque cada cidadão cristão tem o direito de defender, civilizadamente, sua fé e princípios.

“A igreja tem que ter a ousadia de pagar o preço de ser Igreja e de cumprir a sua vida ministerial. A IPB adota como sua posição oficial a não aceitação de casamento homoafetivo. Para nós, nenhuma relação homoafetiva pode ser aceita, é um ato pecaminoso, contrário aos princípios bíblicos e doutrinários de nossa Igreja”, defende Rev. Roberto.

Quando questionado sobre o papel do cidadão neste momento, Rev. Roberto conclama os cristão a cobrar de seus canditatos eleitos, um retorno que responda às expectativas da Igreja. “Eu creio que a Igreja deve orar e deve manifestar a sua vontade aos candidatos eleitos pelo voto dos cristãos, seja esse candidato evangélico ou não. Devemos mandar e-mails e devemos mostrar à sociedade a nossa posição e o porquê dessa nossa linha de ação”.

Para o apresentador Daniel Sacramento, a posição da IPB é muito importante para nortear os presbiterianos para que permaneçam em seus princípios. “Nós não negociamos princípios, não negociamos os princípios da palavra de Deus”, conclui.

Manifesto Presbiteriano

Em abril de 2007, Rev. Roberto Brasileiro escreveu uma carta intitulada Manifesto Presbiteriano, em que defendia os princípios da IPB diante da criminalização da homofobia. No Portal IPB é possível encontrar o texto na íntegra (http://www.ipb.org.br/portal/noticias/504-manifesto-presbiteriano-sobre-aborto-e-homofobia), mas a seguir, o leitor terá acesso aos trecho específicos sobre o assunto.

II – Quanto à chamada LEI DA HOMOFOBIA, que parte do princípio que toda manifestação contrária ao homossexualidade é homofóbica, e caracteriza como crime essas manifestações, a Igreja Presbiteriana do Brasil repudia a caracterização da expressão do ensino bíblico sobre o homossexualidade como sendo homofobia, ao mesmo tempo em que repudia qualquer forma de violência contra o ser humano criado à imagem de Deus, o que inclui homossexuais e quaisquer outros cidadãos.

Visto que: (1) a promulgação da nossa Carta Magna em 1988 já previa direitos e garantias individuais para todos os cidadãos brasileiros; (2) as medidas legais que surgiram visando beneficiar homossexuais, como o reconhecimento da sua união estável, a adoção por homossexuais, o direito patrimonial e a previsão de benefícios por parte do INSS foram tomadas buscando resolver casos concretos sem, contudo, observar o interesse público, o bem comum e a legislação pátria vigente; (3) a liberdade religiosa assegura a todo cidadão brasileiro a exposição de sua fé sem a interferência do Estado, sendo a este vedada a interferência nas formas de culto, na subvenção de quaisquer cultos e ainda na própria opção pela inexistência de fé e culto; (4) a liberdade de expressão, como direito individual e coletivo, corrobora com a mãe das liberdades, a liberdade de consciência, mantendo o Estado eqüidistante das manifestações cúlticas em todas as culturas e expressões religiosas do nosso País; (5) as Escrituras Sagradas, sobre as quais a Igreja Presbiteriana do Brasil firma suas crenças e práticas, ensinam que Deus criou a humanidade com uma diferenciação sexual (homem e mulher) e com propósitos heterossexuais específicos que envolvem o casamento, a unidade sexual e a procriação; e que Jesus Cristo ratificou esse entendimento ao dizer, “. . . desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher” (Marcos 10.6); e que os apóstolos de Cristo entendiam quea prática homossexual era pecaminosa e contrária aos planos originais de Deus (Romanos 1.24-27; 1Coríntios 6:9-11).

Ante ao exposto, por sua doutrina, regra de fé e prática, a Igreja Presbiteriana do Brasil MANIFESTA-SE contra a aprovação da chamada lei da homofobia, por entender que ensinar e pregar contra a prática do homossexualidade não é homofobia, por entender que uma lei dessa natureza maximiza direitos a um determinado grupo de cidadãos, ao mesmo tempo em que minimiza, atrofia e falece direitos e princípios já determinados principalmente pela Carta Magna e pela Declaração Universal de Direitos Humanos; e por entender que tal lei interfere diretamente na liberdade e na missão das igrejas de todas orientações de falarem, pregarem e ensinarem sobre a conduta e o comportamento ético de todos, inclusive dos homossexuais.

Portanto, a Igreja Presbiteriana do Brasil não pode abrir mão do seu legítimo direito de expressar-se, em público e em privado, sobre todo e qualquer comportamento humano, no cumprimento de sua missão de anunciar o Evangelho, conclamando a todos ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo.


Patrocínio, Minas Gerais, abril de 2007 AD.

Rev. Roberto Brasileiro

Presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Testemunho Japonês


Por Ricardo Mota

O mundo todo ouviu falar do Japão nos últimos dias. Desta vez não foi por conta de sua invejável economia, a terceira do mundo. A razão do Japão ocupar as manchetes dos jornais foi o forte terremoto de magnitude 8,9 que atingiu a costa nordeste daquele país no último dia 11 de março. O terremoto gerou um tsunami, cuja onda devastou cidades, arrastando prédios, casas, carros e até navios. Imagine um navio estacionado no meio da rua... assustador! Depois do terremoto e do tsunami o medo tomou conta. Afinal uma usina nuclear foi abalada pelo terremoto e sofreu explosões. Enquanto escrevo este texto, a situação ainda demanda cuidados por parte de todos que por lá ainda permanecem, isto porque, muitos já abandonaram o país. Em meio à tragédia outra coisa chamou a atenção de todos. O comportamento da população em meio ao caos. É fato que estão "preparados" para situações assim. Desde a infância as pessoas recebem treinamentos para tais circunstâncias. Aprenderam a lidar com as situações adversas. O desespero não dominou, não houve saques aos supermercados, não houve preço abusivo da água, nem brigas no recebimento dos donativos. Não sei se o quadro vai mudar, todavia, até aqui foi suficiente para pensar sobre a postura que se deve ter ao enfrentar situações difíceis. A Bíblia diz que na tribulação devemos ter paciência (Romanos 12.12). Por muito menos, bem menos, murmuramos. São as chuvas que não passam, o inverno rigoroso ou o calor insuportável. Não temos um carro zero e não possuímos ainda o computador ou o celular de última geração. Os japoneses, embora tristes, dão um testemunho importante para o mundo. Não será a primeira vez que este povo destemido reconstrói o país. Quando enfrentamos lutas, tribulações ou perdas, não podemos desanimar. Há algo maior que deve ser considerado em meio às lutas e adversidade da vida. Devemos aprender a louvar a Deus em todo tempo. "Ainda que passemos pelo vale da sombra da morte, nunca estaremos sozinhos" (Salmo 23.2).

terça-feira, 12 de abril de 2011

É mesmo falta de Deus (Pr Mauro Sérgio)


Um louco entrou na escola e atirando com seu revolver tirou a vida de 12 adolescentes e feriu outros tantos.
Parece que estamos vivendo no primeiro mundo porque coisas como essa só víamos acontecer nos Estados Unidos da América. Agora um tal de Wellington (não sei porque, mas acho que tenho a impressão que sempre que eu ouvir esse nome vou me lembrar desse episódio) resolveu americanizar o Brasil.

Deixando essa questão de lado, não se falava de outra coisa no rádio ou mesmo na televisão. Não faltaram as famosas entrevistas dos psícólogos. Ouvi uma entrevista da irmã do tal atirador (percebe que eu reluto em escrever o nome?) na qual ela dizia que ele era quieto, ficava no computador o dia inteiro e que era bastante "estranho".

Um dos entrevistados falou a respeito da carta (estranha carta) do homicida. Uma carta escrita para instruir a respeito do seu sepultamento e o destino que deveria ser dado aos seus pertences. A carta tem um teor de radicalismo religioso, mas mesmo não sendo um psicólogo ou psiquiatra deu para perceber que o tal atirador era desequilibrado, ou para dizer de uma forma mais popular, não batia bem da cabeça.

Independentemente dessas coisas, o que nos ocorre quando nos vemos diante de um quadro desse é: o que poderíamos fazer para evitar uma tragédia como essa? Quais seriam os mecanismos que, sendo utilizados seriam fortes o suficiente para que um episódio como esse não se repetisse?

Não me sai da cabeça aquele episódio lamentável de um menino de 11 anos apenas, que foi morto com um tiro de um revolver calibre 38 já que o menino que disparou o tiro tinha acesso à essa arma que pertencia a seu pai e a levou à escola. Se houvesse um meio de impedir que armas entrassem em escolas tanto um quanto o outro caso não teria acontecido. Os bancos tem aquelas porta malucas que parecem dificultar a entrada de pessoas armadas. Bem, parece, porque eu me pergunto, como é que acontecem os famosos assaltos a banco?

Fico imaginando que a mídia é culpada. Vocês já viram a quantidade de filmes violentos que passam nos cinemas e na televisão? E o que dizer daqueles joguinhos em que o cara sai dando tiro para todo lado e fazendo jorrar sangue para todo lugar? Talvez se diminuíssimos a quantidade de filmes violentos e impedíssemos a edição de jogos de violência em computador e dos tais vídeo-games poderíamos diminuir a gana de certas pessoas fracas da cabeça e que se deixam seduzir por esse tipo de coisa. Mas sinceramente, mesmo sendo simpático a essas medidas, creio que elas não erradicariam o problema. Uma pessoa que se deixa seduzir por esse tipo de filme e esse tipo de "joguinho" já mostra uma certa patologia instalada. Essa é a minha opinião.

Lembro-me de que houve um plebiscito que consultou o povo brasileiro sobre o desarmamento no Brasil. A Wikipédia registrou o resultado desse referendo da seguinte maneira: O referendo sobre a proibição da comercialização de armas de fogo e munições, ocorrido no Brasil a 23 de outubro de 2005, não permitiu que o artigo 35 do Estatuto do Desarmamento (Lei 10826 de 23 de dezembro de 2003) entrasse em vigor. Tal artigo apresentava a seguinte redação: "art. 35 - É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6º desta Lei". Aí fiquei, diante do episódio do bairro do Realengo no Rio de Janeiro, pensando: será que se impedíssemos a comercialização de armas não teríamos de alguma forma impedido que esse maluco fizesse o que fez? Mas a resposta a essa pergunta também é difícil de responder.

É como diz o ditado popular: "Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come". Diante de um quadro de dor como esse de Realengo ou como aquele no Condado de Jefferson, Colorado, Estados Unidos, no Instituto Columbine, onde os estudantes Eric Harris (apelido ReB), de 18 anos, e Dylan Klebold (apelido VoDkA), de 17 anos, atiraram em vários colegas e professores, ficamos boquiabertos e aparentemente impotentes. Medidas e providencias são tomadas, mas sempre nos deparamos com eventos extremamente dolorosos como esses.

Olhamos com espanto para esses acontecimentos e somos levados pelos campos da Filosofia, mas não encontramos nenhuma resposta que nos satisfaça. O sociólogo dá sua opinião e, a despeito de algumas considerações interessantes, também não conseguem responder e aplacar nossa gana com uma resposta adequada. A Psicologia é aparentemente boa para diagnosticar, mas é pobre, muito pobre a meu ver, quando se trata de propor terapias. As vezes acerta em cheio, mas a psicologia dá cada bola fora, vide o laudo que quase permite que o tal do Champinha voltasse para as ruas depois de matar com requintes de crueldade os adolescentes Felipe Silva Caffé e Liana Bei Friedenbach. Sinceramente, o Champinha é um monstro que deve se dar por satisfeito porque no Brasil a reclusão é garantida pelos impostos recolhidos de trabalhadores honestos e dignos como é o caso dos pais de Felipe e de Liana.

Então vamos à Teologia, tentar encontrar um parecer que satisfaça. Já sei que irão me acusar de simplista, de fanático, de radical ou mesmo de aproveitar um momento como esse para expor minha teorias bíblicas tolas e ultrapassadas. Podem me rotular, mas sinceramente um indivíduo que teme a Deus, não escreveria uma carta tão idiota como aquela e nem faria o que fez. O temor do Senhor é que nos faz sábios para viver em qualquer século e enfrentar as mais difíceis circunstâncias da vida. Se aquele estudante de medicina que entrou em uma sala de cinema de um shopping e atirou com uma metralhadora matando pessoas que estavam ali, aparentemente seguras assistindo um filme, realmente tivesse um relacionamento sadio como Deus, jamais seria responsável por ato tão bárbaro.

Alguns críticos de plantão vão falar das cruzadas e da mortande perpretada por esse movimento, mas sinceramente quem faz tal alegação não conhece o Deus que eu conheço, ou seja, o Deus que se revela na Bíblia. Muito bem, já sei que muitos irão condenar meu biblicismo, que irão dizer que a Bíblia é mais um livro de religião dentre tantos que existe por aí. À esses que taís alegações fazem eu digo que devem ler esse livro para constatarem que não se trata de um livro qualquer. A Bíblia apresenta um Deus que é amor, mas que prima por justiça, e que também não economiza em misericórdia. A Bíblia fala de um Deus que é Deus e não um ser divinizado pelo homem. Esse Deus habitando com seus princípios os corações de homens e mulheres, muda de fato o curso da história de indivíduos e de sociedades. Deus não estava no coração de "Wellington" na manhã do dia 07.04.2011 lá no bairro do Realengo, com a mais absoluta certeza, apesar de ter citado Jesus em sua tresloucada carta.

Assim resta-me dizer que mais do que seguranças, desarmamento, uma boa plataforma educacional, uma sociedade que prime pela melhor distribuição de rendas e que ofereça igualdade de condições na disputa pelo espaço acadêmico ou pela fatia do mercado de trabalho, mais do que tudo isso esse mundo precisa de Deus. O Salmista escreveu: "Se o senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela". Ou seja, façam tudo que estiver ao seu alcance, mas não sejam autosuficientes ao ponto de pensar que essas coisas bastem. È preciso que Deus seja configurado, considerado, temido. É preciso que Deus esteja em cada casa determinado a agenda da família, porque se não a casa vai mal e a opção é ficar diante de um aparelho de televisão, jogando joguinhos no vídeo-game ou mesmo invadindo o espaço internético que oferece muitas coisas boas mas que está cheio de lixo, também.

Sem Deus em casa não há interesse no bem estar do outro. O que funciona é a máxima: "Cada um com seus problemas", ou "Você para mim é problema teu". Sem Deus esse mundo se torna pior do que odioso, ele se torna indiferente. Sem Deus esse mundo perde o encanto e a graça. Sem Deus esse mundo não tem sentido porque vivemos por viver, sem saber de onde viemos, por que estamos aqui e para onde vamos depois daqui, se é que há "depois daqui". Sem Deus somos seduzidos por nossos próprios recursos e nos deixamos possuir pelo orgulho e soberba diante do menor sucesso obtido, afinal de contas Deus não existe e não teve nada a ver com isso.

Sem Deus esse mundo se torna uma escola qualquer onde eu ou você podemos entrar, sacar uma arma e atirando tirar vidas preciosas de filhos e filhas traumatizando pais, avós, irmãos, irmãos.....Ah! Ok! Você vai dizer que não crê em Deus mas não faria isso que esse louco fez. Será mesmo? Você tem certeza disso? A mesma velha Bíblia diz que "..enganoso é o coração, mais do que todas as cousas, e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?". (Jeremias 17.9) Tenho visto e ouvido pessoas cometerem torpezas como a desse jovem e depois não saberem explicar porque agiram como agiram. E quando pessoas próximas desse tipo de gente é entrevistada elas dizem que jamais poderiam imaginar que aquela pessoa fosse capaz de agir como agiu.



Sem Deus esse mundo é doente e o pior é que não percebe essa patologia.

É a falta de Deus que faz da mídia essa porcaria chamada Big Brother Brasil e coisas do gênero. Quer maior violência do que essa?

É a falta de Deus que faz do mundo da música um ambiente barulhento e que confunde arte com gritaria, loucura encharcada de àlcool, drogas e prostituição.

É a falta de Deus que faz com que o casamento se torne uma instituição humana volátil e sem importância.

É a falta de Deus que produz religiões que confundem santidade com prosperidade patrimonial transformando esse deus em um utilitário.

É a falta de Deus que faz com que acreditemos que qualquer coisa pode nos satisfazer levando você e a mim às compras de forma irresponsável, sendo consumidos pelo consumismo.

O que aconteceu hoje em Realengo é a mais pura e nítida demonstração de que precisamos nos voltar para Deus e ouvir o que Ele tem a nos dizer em Sua Palavra. O que aconteceu hoje deve nos levar não apenas a ouvir, mas também a obedecer sem detença o que Ele nos ensina. Diz a Bíblia que os loucos desprezam o ensinamento de Deus (Prov. 1.7)

Lamento e me solidarizo com as famílias enlutadas, incluindo a família do louco homicida, mas lamento também que tenhamos muito pudor para ouvir o sociólogo, o psicólogo, o educador, o historiador e continuemos a fechar nossos ouvidos para o que Deus tem a nos dizer em sua palavra.

Enquanto agirmos assim, sempre haverás Columbines e Tasso da Silveira.

terça-feira, 29 de março de 2011

UNIVERSIDADE MACKENZIE: EM DEFESA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO RELIGIOSA.




A Universidade Presbiteriana Mackenzie vem recebendo ataques e críticas por um texto alegadamente “homofóbico” veiculado em seu site desde 2007. Nós, de várias denominações cristãs, vimos prestar solidariedade à instituição. Nós nos levantamos contra o uso indiscriminado do termo “homofobia”, que pretende aplicar-se tanto a assassinos, agressores e discriminadores de homossexuais quanto a líderes religiosos cristãos que, à luz da Escritura Sagrada, consideram a homossexualidade um pecado. Ora, nossa liberdade de consciência e de expressão não nos pode ser negada, nem confundida com violência. Consideramos que mencionar pecados para chamar os homens a um arrependimento voluntário é parte integrante do anúncio do Evangelho de Jesus Cristo. Nenhum discurso de ódio pode se calcar na pregação do amor e da graça de Deus.


Como cristãos, temos o mandato bíblico de oferecer o Evangelho da salvação a todas as pessoas. Jesus Cristo morreu para salvar e reconciliar o ser humano com Deus. Cremos, de acordo com as Escrituras, que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23). Somos pecadores, todos nós. Não existe uma divisão entre “pecadores” e “não-pecadores”. A Bíblia apresenta longas listas de pecado e informa que sem o perdão de Deus o homem está perdido e condenado. Sabemos que são pecado: “prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, rivalidades, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias” (Gálatas 5.19). Em sua interpretação tradicional e histórica, as Escrituras judaico-cristãs tratam da conduta homossexual como um pecado, como demonstram os textos de Levítico 18.22, 1Coríntios 6.9-10, Romanos 1.18-32, entre outros. Se queremos o arrependimento e a conversão do perdido, precisamos nomear também esse pecado. Não desejamos mudança de comportamento por força de lei, mas sim, a conversão do coração. E a conversão do coração não passa por pressão externa, mas pela ação graciosa e persuasiva do Espírito Santo de Deus, que, como ensinou o Senhor Jesus Cristo, convence “do pecado, da justiça e do juízo” (João 16.8).


Queremos assim nos certificar de que a eventual aprovação de leis chamadas anti-homofobia não nos impedirá de estender esse convite livremente a todos, um convite que também pode ser recusado. Não somos a favor de nenhum tipo de lei que proíba a conduta homossexual; da mesma forma, somos contrários a qualquer lei que atente contra um princípio caro à sociedade brasileira: a liberdade de consciência. A Constituição Federal (artigo 5º) assegura que “todos são iguais perante a lei”, “estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença” e “estipula que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política”. Também nos opomos a qualquer força exterior – intimidação, ameaças, agressões verbais e físicas – que vise à mudança de mentalidades. Não aceitamos que a criminalização da opinião seja um instrumento válido para transformações sociais, pois, além de inconstitucional, fomenta uma indesejável onda de autoritarismo, ferindo as bases da democracia. Assim como não buscamos reprimir a conduta homossexual por esses meios coercivos, não queremos que os mesmos meios sejam utilizados para que deixemos de pregar o que cremos. Queremos manter nossa liberdade de anunciar o arrependimento e o perdão de Deus publicamente. Queremos sustentar nosso direito de abrir instituições de ensino confessionais, que reflitam a cosmovisão cristã. Queremos garantir que a comunidade religiosa possa exprimir-se sobre todos os assuntos importantes para a sociedade.


Manifestamos, portanto, nosso total apoio ao pronunciamento da Igreja Presbiteriana do Brasil publicado no ano de 2007 [LINK http://www.ipb.org.br/noticias/noticia_inteligente.php3?id=808] e reproduzido parcialmente, também em 2007, no site da Universidade Presbiteriana Mackenzie, por seu chanceler, Reverendo Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes. Se ativistas homossexuais pretendem criminalizar a postura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, devem se preparar para confrontar igualmente a Igreja Presbiteriana do Brasil, as igrejas evangélicas de todo o país, a Igreja Católica Apostólica Romana, a Congregação Judaica do Brasil e, em última instância, censurar as próprias Escrituras judaico-cristãs. Indivíduos, grupos religiosos e instituições têm o direito garantido por lei de expressar sua confessionalidade e sua consciência sujeitas à Palavra de Deus. Postamo-nos firmemente para que essa liberdade não nos seja tirada.


Este manifesto é uma criação coletiva com vistas a representar o pensamento cristão brasileiro.
Para ampla divulgação.


Portal da Igreja Presbiteriana do Brasil
www.ipb.org.br